Eu não aguento mais, não aguento mais ver tanto sucesso de tanta gente. Tantos vitoriosos, vencedores, maravilhosos... esplendorosos.
Não aguento mais.
Gente que medita ao amanhecer, cabelo impecável, roupas que nunca amassam e imaculadamente brancas, que leram um romance russo de 1.800 páginas no último final de semana. Que numa terça feira qualquer almoça um lombo de salmão ao molho de castanha do pará com purê de mandioquinha do cerrado acompanhado de aspargos ao forno, numa terça feira... qualquer...
Não aguento mais tanta gente que 'deu certo'.
Eu, especialmente nesses meses loucos de covid, estou focado em apenas, sobreviver. Atualmente minha maior meta de sucesso é: ter um dia que termine com meus peludos alimentados e saudáveis, contas pagas e um casamento menos parecido com a 3ª guerra mundial, é... um dia de glória.
Parece que sou o único com problemas, cheio de falhas, vulnerabilidades enfim... dificuldades. O único!
Não tem nada de errado nisso? É assim mesmo?
As redes sociais existem para postarmos nossas grandes conquistas e não nossos fracassos mas, nesses tempos de covid em que estamos todos com uma vida razoavelmente caótica, parece que cada vez mais surgem vitoriosos, vencedores, maravilhosos... esplendorosos.
Leio alguns jornais, passo os olhos em alguns faces e instas e, confesso, 'tôentendendonada'. Em meio a contagem de mortos, corrupção institucionalizada e discussões sobre a utilidade ou não da vacina, estão lá... os iluminados, brilhando na casa de praia, baladas maravilhosas, na mais perfeita harmonia familiar.
Porra! Sou só eu é?
Sou o único que usa a mesma roupa dois dias seguidos, que almoça o que sobrou de ontem, que não lavou o copo que usou? Sou só eu que choro escondido de vez em quando, ou de vez em sempre?
Começo a achar que a normalidade é a plenitude e... minha vida zoneada é que é diferente.
Estou com saudade de gente normal, que tem barriga, celulite, churrasco queimado, cerveja quente, coca cola sem gás... pizza fria!
Mostrar vulnerabilidade não tem nada a ver com expor os problemas mas, ser corajoso o suficiente para não precisar fingir perfeição. Compartilhar minhas falhas me conecta a outras pessoas e elas descobrem que suas falhas são absolutamente normais, como as minhas. Vulnerabilidade gera identidade.
Nunca me imaginei como um toxic influencer.
Me esforço em ser conforto na vida de quem se interessar, e não uma pedra no sapato. Meu sapato está cheio de pedras e tudo o que preciso hoje é... conforto.
Não aguento mais.
Gente que medita ao amanhecer, cabelo impecável, roupas que nunca amassam e imaculadamente brancas, que leram um romance russo de 1.800 páginas no último final de semana. Que numa terça feira qualquer almoça um lombo de salmão ao molho de castanha do pará com purê de mandioquinha do cerrado acompanhado de aspargos ao forno, numa terça feira... qualquer...
Não aguento mais tanta gente que 'deu certo'.
Eu, especialmente nesses meses loucos de covid, estou focado em apenas, sobreviver. Atualmente minha maior meta de sucesso é: ter um dia que termine com meus peludos alimentados e saudáveis, contas pagas e um casamento menos parecido com a 3ª guerra mundial, é... um dia de glória.
Parece que sou o único com problemas, cheio de falhas, vulnerabilidades enfim... dificuldades. O único!
Não tem nada de errado nisso? É assim mesmo?
As redes sociais existem para postarmos nossas grandes conquistas e não nossos fracassos mas, nesses tempos de covid em que estamos todos com uma vida razoavelmente caótica, parece que cada vez mais surgem vitoriosos, vencedores, maravilhosos... esplendorosos.
Leio alguns jornais, passo os olhos em alguns faces e instas e, confesso, 'tôentendendonada'. Em meio a contagem de mortos, corrupção institucionalizada e discussões sobre a utilidade ou não da vacina, estão lá... os iluminados, brilhando na casa de praia, baladas maravilhosas, na mais perfeita harmonia familiar.
Porra! Sou só eu é?
Sou o único que usa a mesma roupa dois dias seguidos, que almoça o que sobrou de ontem, que não lavou o copo que usou? Sou só eu que choro escondido de vez em quando, ou de vez em sempre?
Começo a achar que a normalidade é a plenitude e... minha vida zoneada é que é diferente.
Estou com saudade de gente normal, que tem barriga, celulite, churrasco queimado, cerveja quente, coca cola sem gás... pizza fria!
Mostrar vulnerabilidade não tem nada a ver com expor os problemas mas, ser corajoso o suficiente para não precisar fingir perfeição. Compartilhar minhas falhas me conecta a outras pessoas e elas descobrem que suas falhas são absolutamente normais, como as minhas. Vulnerabilidade gera identidade.
Nunca me imaginei como um toxic influencer.
Me esforço em ser conforto na vida de quem se interessar, e não uma pedra no sapato. Meu sapato está cheio de pedras e tudo o que preciso hoje é... conforto.