quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Inesquecível esse olhar...

Como uma estrela.
De um brilho profundo, seus olhos iluminaram o meu mundo.
Tão significativo que esvaziou nossas mentes e encheu nossas almas.
Silêncio tão intenso que dizia tudo que eu penso.
Esse olhar... suficiente pra me levar ao seu mundo particular e se deixar voar.
Mergulhei nesse olhar.
Me afoguei nesse olhar até onde já não existia água, a ponto de encrontrar sua alma.
A alma do nosso amor, do meu menino, do amorzão da minha vidinha.
Alma perfumada que invade minhas narinas e toca meu coração, a brisa do amanhecer que se esgueira pelas frestas e invade o meu ser.
Um olhar tão profundo, de quem conhece o mundo.
Me entreguei a esse olhar.
Me perdi e me encontrei.
Digo com alegria...
Já sabia que assim seria, tão feliz em te amar...
Por todos os meus dias.

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Vivendo e aprendendo

 Como meu gostosão não sai da minha cabeça, relembro algumas coisas que ele me ensinou:
- num dêxe passá a xanci di saí pra uma voutinha, vai logu!
- ixprimenti a dilícia qui é u ar frescu i u ventu na sua fuça, só purqui é gostosu.
- quandu chegá um dus seus amoris, faiz muita festinha.
- quandu pricisá, seje bedienti.
- avisa prá todu mundu qui essi lugá é seu, tá pensandu u quê né?
- cuxile sempri qui pudé, num si esqueci di ispriguiçá quandu levantá.
- corri, puli, brinqui muito, toooodu dia.
- comi cum gostu, mais pári quandu enchê a pancinha.
- leaudade... sempri!
- neim tenti fingi sê u qui cê num é, vai dá ruim.
- si u qui cê qué tá interradu, cavi... cavi inté achá.
- quandu tivé alguéim tristi, fica quietinhu, pertinhu, i di levinhu faiz carinhu.
- quandu tivé legau, ceita u carinhu dusotro.
- num mordi ninguéim, só quandu u rosnadu num resolvê!
- nus dia mornu, deiti di costa na grama.
- nus dia quenti, bebi muita água i relaxi na sombra.
- sempri qui tivé filiz, danci i balanci... u corpu todinhu.
- si alguéim brigá cum cê, num pega a culpa qui num fô sua i neim fiqui tristi... corri de vouta prus seus quiridus.
- filicidade é uma caminhadinha.
Meu menino... meu menino!

Zebedeu

Queria tanto te encontrar agora, mas nessa vida há uma missão a ser cumprida.
Você cumpriu a sua, e eu estou tentando realizar a minha.
Já aprendi que a morte dói, a saudade dilacera e o amor fica.
Não culpo os que porventura venham a te esquecer... é preciso amor verdadeiro pra depois da partida permanecer.
Algo que aprendi e levo até o fim é que foi fácil te amar e é impossível te esquecer...

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Como dói a dor

Se a dor não fosse o tema, não haveria o poema que a tornasse extrema.
Cortar os pulsos, deixar brotar uma lágrima... sem sustos, provocar soluços.
O choro é requisito, de outra forma seria esquisito e nada seria finito.
O certo é se lamuriar sem palavrão, ao sangrar o coração.
Em jorro profuso, sofrimento confuso, sem percepção do abuso.
Ai que tanto dói a dor, absolutamente sem cor, envolvido ao meu inerte amor.
Isto molda o ser, feito de querer sem querer... sonho com o verbo rejuvenescer.
Continua a magoar, e o verbo... a abalar.

domingo, 12 de novembro de 2023

Futuro

Se no passado eu olhava à frente, no presente não tenho essa vontade.
Porque tenho medo dessa verdade, que não me deixa em nada contente.
Acho que devia ficar no presente, porque sei que o futuro é certo.
E não quero que ele fique por perto, para não me sentir mais decadente.
Para o passado não há como voltar, no presente também não posso ficar.
Então... não sei o que fazer.
Tento sorrir para não chorar, sei que como está não vai ficar.
E não há um só local para me esconder.

Sonhos

Sonho com sombras,
Sombras de sonhos.
Tento amar o que sonhei, afagar o que amei.
E na névoa da esperança nasce a sombra.
A sombra do sonho.
O sonho de um afago de amor.
E na névoa da lembrança nasce o sonho.
O sonho da sombra.
A sombra de um afago que ainda não te dei.

sábado, 11 de novembro de 2023

Versos

Trago comigo os versos da madrugada a caminho do sol.
Não supunha fazer poesia até que li que o poeta é como um médium que capta no ar poesia já pronta; ele apenas a mostra aos que ainda não a conseguem ver…
Acreditei, então, que eu pudesse ser poeta, embora não me importem os nomes, mas os fatos.
Vivi uma vida de poesia, agora sei. Sempre me encantaram os mistérios da existência, e também as coisas simples e belas. Hoje, viradas tantas páginas do meu livro da vida, tenho os meus escritos como verdadeiras escoras.
Meus escritos... sou eu, com todos os erros e os acertos que cometo.
Tenho comigo, entretanto, o desejo de melhorá-los e, através deles, melhorar-me também.
Quero aprender com o poeta, artista que trabalha a língua, a pintura, a escultura, a oratória, a música, a carpintaria... ferramentas moldando a sensibilidade ao escrever.
Ouso dizer que o poeta é um ser mais completo do que aquele que o abriga, às vezes, melhor.
Como poeta — se o sou — quero deixar nos meus versos e nas minhas rimas a expressão viva de que, a meu modo, ousei interpretar o belo da vida, e assim eu me fiz feliz.
Como pessoa, procuro seguir o que os meus escritos dizem, pois sei que eles mostram a melhor face que eu idealizei pra mim.
Quero construir algo bonito, perfumado e, quem sabe um dia eu possa ser a realização do que escrevi?!
Construo-me no dia a dia das páginas em que me vejo como um leitor de mim mesmo.
Quase uma responsabilidade, de dar minha parcela de amor à vida, para que ela nunca deixe de ser bela.