Não preciso beber para me sentir embriagado.
Nem de drogas para ficar alucinado.
De dormir para sonhar, de viajar para conhecer o mundo.
Vou sem sair do lugar.
Conheço a lua com a imaginação a me levar.
Vivo em amor, sem ter a quem amar.
Sorrio para a tristeza.
Entristeço-me com a euforia.
Converso com os deuses e os anjos na solidão do deserto.
Solitário, me sinto acompanhado.
Na multidão, me sinto só.
Louco, e loucura... sábio.
Vejo a beleza do feio.
A profundidade do simples.
O bem do mal e o mal do bem.
O brilho em meio à escuridão.
Costumo me encontrar quando me perco.
Vivo a morte em vida e faço morada na eternidade.
Mesmo a dor e o sofrimento procuro converter em arte e sabedoria.
Minha alma é como uma harpa que canta, dá voz ao interior desnudo.
É como um rio que corre na garganta, rouco, filho de um grito selvagem, que ecoa mudo.
Conheço o calor de quem, há pouco, nem sequer conhecia e, dedico a estes um pedaço de mim, ou tudo...
E me perco ao me encontrar.
Em meio a um turbilhão de emoções e sentimentos, minha alma dança, sem parar, até se acalmar!