terça-feira, 23 de julho de 2024

Só a Juju mesmo...

Aos meus grandes amores.
Obrigada por tudo, estou em paz.
Não chorem mais, por favor, tudo o que sempre desejei foi vê-los sorrindo. Tenho na lembrança o nome que me deram (todos eles), o calor da casa que neste tempo se tornou minha e dos meus filhotes. Essa foi a família que eu tive. Eu levo o som das suas vozes e latidos, mesmo não entendendo sempre o que me diziam.
Carrego em meu coração cada carícia que recebi. Tudo o que vocês foram foi muito valioso pra mim e eu agradeço infinitamente.
Vou pedir dois favores: lavem o rosto e comecem a sorrir, aprendam com as sementinhas. Lembrem-se de como foi bom vivermos juntos todos estes momentos, lembrem-se de tudo o que nos uniu. Revivam tudo que compartilhamos neste tempo. Sem vocês eu não teria vivido tudo que vivi. Ao lado de vocês, a minha vida foi preciosa em cada segundo.
Eu os acompanharei sempre por todos os caminhos.
À noite, olhando para o céu sempre verão uma estrela brilhando de forma diferente, sou eu piscando pra vocês e avisando que estou bem.
Amo vocês.
Com muito carinho,
Jussara

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Por que escrevo?

Escrevo porque entendo a voz do vento, quando escuto seu lamento e ouço o canto das estrelas na solidão.
Escrevo porque entendo o luar e a lamentação.
Escrevo porque tenho amor à vida, cismo e medito olhando a negra tempestade no céu, infinita!
Também a paz avisto na saudade que em mim se esconde, de paixão me visto e escrevo, a inspiração me vem não sei de onde.
Enquanto na minha alma suspira a escrita condoída, cresce a sombra desolada do meu rosto, caída.
Escrevo porque ouço a fonte que murmura.
É minha água, pura.
Ao raiar da aurora ou na nostalgia da tarde, quando a sombra encanta os arvoredos, vem a mim a saudade e nada sou, nada me resta, nem meus medos.
Escrevo porque a vida já não surpreende nem molesta.
Escrevo porque acredito na vida, na próxima ou até mesmo nesta.

Já não sei mais caminhar.

Mas sei voar.
O que mais posso desejar?
Se não sei mais caminhar... posso, até a você chegar.
Talvez meu maior desejo, agora posso realizar.
Quando te alcançar, poderemos novamente sonhar.
Entre lambeijos e amassos, divagar.
Existem muitas formas de viajar e, a palavra é uma delas.
É transporte visual, oral, nosso voo estelar.
Nas nossas palavras a mágica de seduzir no ouvir, falar e calar.
Sentir o ardor do texto e intertexto em nossas almas a gritar.
A cada encontro de sintaxes e fonéticas, presente o amor, do um no outro novamente e de novo.
Resgataremos a volta de cada um pra si.
Uma paixão extravasada nas letras lidas no olhar.
E depois do voo, de novo, cada um em seu lugar.
Um pouquinho desse amor devidamente guardado para a cada dia reabastecer e mais voar...

Desejos, apenas desejos

Que eu esteja presente nas memórias de alguém.
Que alguém distante lembre-se do meu sorriso e se sinta acolhido.
Que o meu bem faça bem a alguém.
Que eu seja a saudade que aperta o peito de um velho amigo.
Que eu seja o amor que alguém não consegue esquecer.
Que eu tenha sorrido na rua e encantado alguém.
Que eu seja uma lembrança boa que vive dentro de cada um que tenha cruzado meu caminho.
Que o meu coração nunca endureça, apesar de tudo ou por causa de tudo.

terça-feira, 9 de julho de 2024

Spinoza

Quando perguntaram a Einstein se ele acreditava em Deus, ele citou o filósofo Spinoza:
Sobre Deus.
“Pare de ficar rezando e batendo no peito! O que quero que faça é que saia pelo mundo e desfrute a vida. Quero que goze, cante, divirta-se e aproveite tudo o que fiz pra você.
Pare de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que você mesmo construiu e acredita ser a minha casa! Minha casa são as montanhas, os bosques, os rios, os lagos, as praias, onde vivo e expresso Amor por você.
Pare de me culpar pela sua vida miserável! Eu nunca disse que há algo mau em você, que é um pecador ou que sua sexualidade seja algo ruim. O sexo é um presente que lhe dei e com o qual você pode expressar amor, êxtase, alegria. Assim, não me culpe por tudo o que o fizeram crer.
Pare de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo! Se não pode me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de seus amigos, nos olhos de seu filhinho, não me encontrará em nenhum livro.
Confie em mim e deixe de me dirigir pedidos! Você vai me dizer como fazer meu trabalho?
Pare de ter medo de mim! Eu não o julgo, nem o critico, nem me irrito, nem o incomodo, nem o castigo. Eu sou puro Amor.
Pare de me pedir perdão! Não há nada a perdoar. Se eu o fiz, eu é que o enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso culpá-lo se responde a algo que eu pus em você? Como posso castigá-lo por ser como é, se eu o fiz?
Crê que eu poderia criar um lugar para queimar todos os meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que Deus faria isso? Esqueça qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei, que são artimanhas para manipulá-lo, para controlá-lo, que só geram culpa em você!
Respeite seu próximo e não faça ao outro o que não queira para você! Preste atenção na sua vida, que seu estado de alerta seja seu guia!
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é só o que há aqui e agora, e só de que você precisa.
Eu o fiz absolutamente livre. Não há prêmios, nem castigos. Não há pecados, nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Você é absolutamente livre para fazer da sua vida um céu ou um inferno.
Não lhe poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso lhe dar um conselho: Viva como se não o houvesse, como se esta fosse sua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não houver nada, você terá usufruído da oportunidade que lhe dei.
E, se houver, tenha certeza de que não vou perguntar se você foi comportado ou não. Vou perguntar se você gostou, se se divertiu, do que mais gostou, o que aprendeu.
Pare de crer em mim! Crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que você acredite em mim, quero que me sinta em você. Quero que me sinta em você quando beija sua amada, quando agasalha sua filhinha, quando acaricia seu cachorro, quando toma banho de mar.
Pare de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra você acredita que eu seja? Aborrece-me que me louvem. Cansa-me que me agradeçam. Você se sente grato? Demonstre-o cuidando de você, da sua saúde, das suas relações, do mundo. Sente-se olhado, surpreendido? Expresse sua alegria! Esse é um jeito de me louvar.
Pare de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que o ensinaram sobre mim! A única certeza é que você está aqui, que está vivo e que este mundo está cheio de maravilhas.
Para que precisa de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procure fora. Não me achará. Procure-me dentro de você. É aí que estou, batendo em você.”