sábado, 7 de setembro de 2024

Sobre o tempo

Já faz tempo mas...
Inventei uma cápsula do tempo e viajei sem destino.
Encontrei-me no mesmo lugar de sempre, de onde, na verdade, nunca cheguei a sair...
Lugar refém das minhas memórias e é para lá que fujo, em segredo, tantas vezes quando quero me esconder da loucura deste tempo de agora.
Vou pelos caminhos que conheço como a palma das minhas mãos.
Tanto na ida como na volta, tenho a companhia sempre interessada dos meus peludos, que me seguem e me conduzem pela sombra.
Demoro-me com pequenas coisas que vou encontrando pelo caminho.
Hoje foi um formigueiro, observei as formigas carregando folhas maiores do que elas às costas.
Ligeiras como se aquilo não pesasse nada!
Lugar que me serve de abrigo na trovoada inesperada.
Há uma prateleira com livros, já meio desfeitos, faltando muitas folhas.
Arrancaram-se com o uso demasiado.
Mas, nas que restam, há sempre qualquer coisa nova que ainda não tinha visto nem lido.
No jardim, além dos meus queridos, vejo joaninhas que se misturam com morangos, salpicando de vermelho o gramado seco por onde me entretenho a brincar, sonhar e planejar.
 

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