domingo, 8 de junho de 2025

Quase um silêncio

Hoje, a tristeza tomou conta dos espaços entre minhas costelas.
Desisto.
Simplesmente deixei as pontas soltas dos meus pequenos sonhos caírem do alto das mãos cansadas.
O céu, que antes tinha o dom da promessa, ficou inerte, quase frio, quase cinza.
Há um cansaço manso, que não chora, mas pesa.
O calor das coisas foi embora devagar, como se cada esperança apagasse sua própria luz, uma a uma, sem alarde, até restarem somente sombras nos cantos da sala, no fundo dos olhos.
Desisto... palavra pequena, tão curta, parece o fim de uma estrada que prometia um horizonte.
Há ainda uma faísca teimosa que resiste, mesmo que eu não queira admitir.
Essa faísca tem nome: amanhã.
E, por mais que agora eu não veja sentido, talvez ela seja apenas o tempo esperando para sussurrar que, mesmo nas noites mais longas, existe um novo começo protegido por trás do fim.
Mas hoje, só peço licença pra sentir.
Hoje, o fim, um pouco antes da esperança.

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