quarta-feira, 27 de agosto de 2025

O peso de existir

Há uma diferença abissal entre não querer viver e querer morrer.
É como a distância entre o cansaço e o sono eterno, um pede descanso, o outro pede fim.
Eu habito esse espaço intermediário, essa zona cinzenta onde a vida se tornou pesada demais para carregar, mas a morte permanece um território desconhecido e assustador.
Não é a vida que rejeito.
É a dor que ela carrega, como uma mochila cheia de pedras que alguém amarrou às minhas costas sem me perguntar se eu tinha força para suportá-la.
Cada manhã acordo esperando que o peso tenha diminuído durante a noite, mas ele está sempre lá, fiel como uma sombra, crescendo com a luz do dia.
O sofrimento tem essa peculiaridade cruel: ele nos convence de que é permanente, de que sempre foi e sempre será parte de nós.
Sussurra mentiras sobre nossa incapacidade de mudança, sobre a futilidade da esperança.
Mas eu sei, em algum lugar profundo e quase esquecido, que isso não é verdade.
O sofrimento é visitante, não morador.
Quero acordar um dia e sentir leveza.
Quero que meus pensamentos não sejam mais uma tempestade constante, mas uma brisa suave.
Quero rir sem que pareça esforço, chorar sem que seja desespero, existir sem que seja resistência.
Quero que a vida volte a ser vida, não sobrevivência.
Há momentos, breves, quase imperceptíveis, em que vislumbro como seria.
Uma música que me toca, um abraço que me aquece, um pôr do sol que me lembra da beleza.
São fagulhas de esperança em meio à escuridão, lembretes de que existe algo além desta dor.
Não quero morrer.
Quero renascer dentro da mesma pele, com o mesmo coração, mas livre das correntes invisíveis que me prendem a este sofrimento.
Quero descobrir quem sou quando a dor não está definindo cada pensamento, cada respiração, cada batimento.
A coragem não está em desistir.
Está em continuar, mesmo quando continuar parece impossível.
Está em buscar ajuda, em aceitar que não preciso carregar esse peso sozinho, em acreditar que o sofrimento pode ter fim sem que a vida precise ter.
Hoje, escolho ficar.
Não porque é fácil, mas porque em algum lugar, além desta névoa densa, existe uma versão de mim que sorri genuinamente.
E ela vale a pena esperar.

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Hoje

Hoje, a tristeza tomou conta dos espaços entre minhas costelas.
Desisto.
Simplesmente deixei as pontas soltas dos meus pequenos sonhos caírem do alto das mãos cansadas.
O céu, que antes tinha o dom da promessa, ficou inerte, quase frio, quase cinza.
Há um cansaço manso, que não chora, mas pesa.
O calor das coisas foi embora devagar, como se cada esperança apagasse sua própria luz, uma a uma, sem alarde, até restarem somente sombras nos cantos da sala, no fundo dos olhos.
Desisto... palavra pequena, tão curta, parece o fim de uma estrada que prometia um horizonte.
Há ainda uma faísca teimosa que resiste, mesmo que eu não queira admitir.
Essa faísca tem nome: amanhã.
E, por mais que agora eu não veja sentido, talvez ela seja apenas o tempo esperando para sussurrar que, mesmo nas noites mais longas, existe um novo começo protegido por trás do fim.
Mas hoje, só peço licença pra sentir.
Hoje, o fim, um pouco antes da esperança.

Até breve

Lilila me desculpe mas, não é sua culpa, é o fracasso de um fracassado, nós nunca fizemos nada que deu certo.
Cuide dos meninos eles não tem culpa de nada são boas almas que vão te proteger.
Cuide deles e você estará cuidando de si.
Te amo muito. MUITO!
Sou muito covarde... quem sabe na próxima?

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Era só respeito...

Existem momentos na vida que a gente só quer e precisa de uma coisa: ser visto, ser valorizado. Não é pedir muito, certo? É o mínimo, eu diria. A gente passa a vida tentando se encaixar, agradar, produzir, fazer o certo, e aí, quando finalmente a gente respira fundo e decide que é hora de se colocar em primeiro lugar, de exigir o respeito que a gente sabe que merece, o universo parece conspirar contra.
Ao invés de um tapete vermelho, a gente recebe uma rasteira, um empurrão, direto para o abismo do fracasso.
Eu disse não para o que não me parecia certo, sim para o que eu acreditava. E o que era para ser um reconhecimento virou uma avalanche de críticas e acusações.
As portas se fecharam e o que eu via como um ato de fidelidade, foi interpretado como arrogância e, comecei a sentir o peso de um fracasso que nem sabia que existia.
O mundo, que antes parecia indiferente, de repente se torna um juiz implacável.
As pessoas que esperava que me apoiassem, ou pelo menos compreendessem, viram as costas e me atacam. E o que era para ser um momento de afirmação pessoal se transforma em um campo minado de autocrítica.
A gente começa a questionar tudo:
Será que eu fui longe demais?
Será que eu deveria ter ficado quieto?
Será que o problema sou eu?
E o fracasso não vem sozinho. Ele traz consigo uma comitiva de sentimentos desagradáveis: a frustração de não ser compreendido, a raiva por ter sido mal interpretado, a tristeza de ver esforços desvalorizados. É um ciclo vicioso. Quanto mais você tenta se reerguer, mais parece que as areias movediças te puxam para baixo. E o respeito buscado, parece mais distante do que nunca.
A gente cresce ouvindo que "o respeito se conquista".
E é verdade.
Mas e quando você sente que já conquistou, que já fez a sua parte, e ainda assim, ele é negado?
Quando a sua voz é silenciada, suas ideias ignoradas, seus limites desrespeitados?
É aí que a gente se depara com a sensação de invisibilidade, de irrelevância.
E isso dói, dói muito.
É o mundo dizendo: Não, você não pode ser quem você é. Você tem que se deixar pisar, tem que se moldar aos meus caprichos, ou então, você não serve.
Essa mensagem, mesmo que não dita em voz alta, ressoa como um veredito definitivo.
Quando a gente atinge o fundo do poço, quando o fracasso nos abraça com força, é o momento que temos a chance de ver as coisas de uma perspectiva diferente, quem realmente está ao nosso lado, quem nos apoia de verdade, e quem só estava por perto enquanto era conveniente.
É um processo de depuração.
Recusamos as expectativas alheias, de medos infundados, e buscamos novamente o que realmente importa: o respeito, fundamental.
É o meu respeito por mim, por quem eu sou, por minhas escolhas, por meus valores.
Esse, ninguém pode me tirar
É preciso lembrar que cada "não" que a gente recebe, cada porta que se fecha, é uma oportunidade para reavaliar o caminho, para ajustar a rota.
A verdade é que, muitas vezes, o mundo não está preparado para a nossa autenticidade e quando a gente decide ser quem realmente é, isso pode gerar desconforto que se manifesta como uma forma de fracasso social ou profissional ou ambos.
Quando a gente se respeita, quando a gente se ama, o mundo pode virar as costas quantas vezes quiser, a gente vai se levantar. Sempre.
E é por isso que, mesmo diante do fracasso, a gente precisa continuar exigindo respeito.
Do mundo e de nós mesmos.
Porque é onde a verdadeira vitória reside.
E essa é uma jornada que vale a pena ser vivida, com todas as suas quedas e todas as suas glórias.
 

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Difícil...

Sabe porque nosso processo é mais demorado para chegar onde a gente quer chegar?
Vou te explicar agora,
é porque a gente não puxa tapete de ninguém para chegar onde a gente quer chegar,
é porque a gente não faz parte de nenhum esquema político que vá nos beneficiar,
é porque a gente não difama, a gente não fala mal de ninguém pelas costas,
é porque a gente não trata ninguém com diferença, se tem mais dinheiro, se tem menos dinheiro,
se você é dono de uma empresa, a gente não trata ninguém com diferença e nem com indiferença.
Talvez essas atitudes sejam a causa desse nosso processo ser mais demorado.
Quem se vende, por qualquer preço, não tem valor nenhum... nenhum valor.
A bíblia fala 365 vezes a frase: Não temas.
É um lembrete diário para você seguir na busca do seu objetivo, sem medo nenhum.
Se parar para pensar não tá demorando não... é porque a gente gosta das coisas mais difíceis mesmo.

domingo, 10 de agosto de 2025

Pai...

Hoje é dia dos pais novamente, meu coração se alegra ao celebrar o homem extraordinário que eu tenho o privilégio de chamar de pai!
Você nunca precisou de capa para voar.
Voava alto em cada sonho que realizou, em cada abraço (foram poucos) que me deu.
Seu superpoder sempre foi transformar dias comuns em inesquecíveis, medos em coragem, e lágrimas em sorrisos.
Hoje eu celebro, me lembrando como se fosse ontem, suas gargalhadas, suas histórias que carrego como tesouros, seus ensinamentos que me guiam a cada passo.
Você plantou em mim uma floresta inteira de amor, e ela cresce mais forte a cada dia!
Sei que de onde você está, continua me protegendo, meu conselheiro, meu herói.
E eu?
Continuo sendo o seu maior fã, hoje e sempre!
Obrigado por ser o meu pai.
Sua luz brilha em tudo que sou, em tudo que faço, em tudo que sonho.
Meus amores de pele e de pêlo te acompanham aí, tenho certeza, apesar de ouvir suas reclamações rsrsrsrsrs.
Grande beijo. 

sábado, 2 de agosto de 2025

Fui!

Meus queridos,
Sei que este momento é difícil, e as palavras parecem pequenas diante do que estamos vivendo.
A jornada tem sido longa, e a estrada, por vezes, árdua.
Mas agora, sinto que o fim está se aproximando, e com ele, uma paz que eu não esperava.
Quero que saibam que sou imensamente grato por cada riso, cada abraço, cada lambida, cada lágrima compartilhada.
Vocês foram a luz nos meus dias, a força nos meus momentos de fraqueza.
As memórias que construímos juntos são tesouros que levo comigo, e que, espero, vocês guardem com carinho em seus corações.
Não há arrependimentos, apenas a certeza de que vivi plenamente, amei intensamente e fui amado de volta.
A dor pode ter sido uma companheira nos últimos tempos, mas a alegria de ter vocês ao meu lado sempre a superou.
Não chorem por muito tempo.
Celebrem a vida, a minha e a de vocês.
Lembrem-se dos bons momentos, das nossas aventuras, das conversas bobas e dos silêncios confortáveis.
Continuem a viver com paixão, a amar sem reservas e a encontrar beleza nas pequenas coisas.
Estarei sempre com vocês, nas lembranças, nos ventos que sopram, no calor do sol.
Meu amor por vocês é eterno, e ele transcende qualquer despedida.
Com todo o meu amor,
eu