Lilila,
Escrevo porque te devo a verdade que mora aqui dentro, ainda que me doa. Você sempre esteve ao meu lado — nem sempre como apoio, é verdade, mas sempre com um amor que eu reconheço e guardo com gratidão. Esse amor foi casa para mim por muito tempo.
Hoje, cheguei a um ponto em que carrego mais falhas do que forças, e isso tem pesado sobre nós. Não digo isso para buscar pena, nem para te ferir, mas para assumir que o que tenho sido ao teu lado não te faz justiça. Você merece leveza, riso solto e a paz de quem caminha ao lado de alguém que soma, e não de alguém que te puxa para a sombra das minhas frustrações.
Quero que você seja feliz — de verdade. A idade não apaga a possibilidade de recomeços; ela só os torna mais conscientes. Se afastar é a escolha mais difícil que já fiz, mas é também a mais honesta que consigo te entregar agora. Carrego comigo a gratidão por tudo o que vivemos, pelo que aprendi, pelo amor que recebi — e que, do meu jeito imperfeito, tentei devolver.
Se um dia as nossas memórias te visitarem, que o façam com ternura. Eu vou seguir buscando o que me falta, trabalhando o que preciso, para que o que ficou em nós seja o melhor do que fomos.
Cuide de si. Você merece o que há de mais bonito.
Com muito amor Covinho,
Obrigado por ter caminhado comigo até aqui. Reconheço o teu amor e o levo como uma luz. Hoje, com sinceridade, percebo que a minha presença tem pesado mais do que somado, e isso não é justo com você. Quero te ver bem, em paz, livre para recomeçar — a felicidade não tem idade.
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