quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Divagando

Com uma lanterna velha na mão, hoje caminho pelos becos da vida em busca de clareza. Iluminar os cantos escuros da alma, clarear as esquinas da vida que geralmente dão margem às minhas maiores dúvidas e alimentam as minhas insônias.
Me esforço em acertar o alvo, como se pudesse controlar todas as variáveis que possam interferir na trajetória desta flecha que atiro. Encurralo a minha fé, ou a falta dela e a mim mesmo.
E como por um assalto tento roubar respostas que vão eliminar os riscos de viver. Mas encontro todos de bolsos vazios e minhas velhas percepções sobre viver vão ruindo. Sobre os escombros vou compreendendo que a razão não é uma bússola que, mágica e magneticamente irá me mostrar a direção a seguir, entretanto ela é a minha âncora, que traz firmeza neste momento de tristeza, vento e tempestade. Momento em que direções não importam, só uma boa âncora me manterá firme.
A busca da clareza, as exigências e tentativas de encaixar Deus nos parâmetros da minha inteligência limitada reduzem o arrimo e porto seguro de minha alma a um simples sonhador a colocar placas de sinalização pelo caminho.
Mesmo bombardeado pelas perturbações e o oscilar das ondas eu lanço mão da minha âncora. Me despojo  desta lanterna velha de minhas antigas idéias - da ansiedade de saber todas as respostas e todos os passos. Sei que estou seguro mesmo que agora esteja escuro, e se, todavia desejar olhar as estrelas, constato que requer um pouco escuridão.

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