Eu tenho saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, uma presença, escuto uma voz, me lembro do passado, eu sinto saudades...
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância, do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro, do penúltimo, e daqueles que ainda vou vir a ter, se Deus quiser...
Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo, lembrando do passado e apostando no futuro...
Sinto saudades do futuro, que se idealizado por mim, provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei, de quem disse que viria e nem apareceu, de quem apareceu correndo, sem tempo de me conhecer direito, de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito.
Daqueles que não puderam me dizer adeus.
De gente que passou na calçada contrária da minha vida e que só enxerguei de vislumbre.
De coisas que eu tive e de outras que não tive, mas quis muito ter.
De coisas que nem sei se existem, mas que se souber, com certeza gostaria de experimentar.
Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que, não sei onde, para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...
Mas não hoje, hoje não. Hoje é dia das mães e é por isso que eu tenho mais saudades...
Sinto este aperto no peito, meio nostálgico meio gostoso, que carinhosamente machuca e funciona melhor do que um sinal vital quando quero falar de vida e de sentimentos.
Mãe... sinto saudades!
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